27 de agosto de 2009

Kuba ki kutex' ê!

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Kuba ki kutex' ê = o dar não é perder


Voltámos ontem de mais uma visita à nossa já conhecida e muito amada Paróquia Irmã de Nambuangongo...


Mais uma vez, três de nós resolvemos dar um tempo das nossas férias para irmos a uma terra longínqua em nome de Jesus. Para dizermos lá que, por mais longe que estejam de tudo, Deus não se esquece deles. Não se trata de dar do nosso tempo como quem esteja a perder esse tempo. Não. Trata-se de perceber que por mais longe que estejamos, Deus tem um rosto concreto a querer fazer-se familiar, próximo... a querer entrar na nossa vida.

Para nós a missão é muito isso. Ter um coração disponível... Deixar Deus entrar e começar a festa que quer fazer na nossa vida. E não há festa verdadeira que não contagie, convide, abarque, chame ou incomode todos os que estão à nossa volta.


Ser missionário é ter o coração cheio de festa e saber que Deus não controla as entradas. Todos estão convidados.


Por isso, chegámos a um país ainda muito marcado pelas consequências da guerra mas que, em contraste, mostrava muitos sinais que ainda atestavam a emoção que a visita do Santo Padre provocou em todos os angolanos. Nas ruas, nas casas e nos estabelecimentos, era raro não vermos algum cartaz, calendário ou imagem alusiva à visita do Papa. Um forte sinal de esperança!

Depois de Luanda e Caxito, viajámos para a parte mais profunda da Paróquia de Nambuangongo, na região de Zemba, onde estamos a ajudar a reconstruir um internato que vai albergar cerca de 400 alunos. Esperamos conseguir os fundos suficientes para que comece a funcionar já no próximo mês de Fevereiro com quatro salas de aula, um dormitório, uma secretaria e a casa para os professores... Nas restantes fases da recuperação teremos a possibilidade de reconstruir mais salas de aula, dormitórios, cantina, espaços de estudo e apoio, a casa de apoio à missão, a capela e um posto de saúde. No espaço do internato, que possui um terreno com cerca de 2 hectares, os alunos e os membros da comunidade trabalharão uma lavra cujos produtos ajudarão ao sustento do projecto educativo que visamos implementar. Está tudo a começar e a depender muito dos fundos que formos conseguindo arranjar (veja o Projecto UM FUTURO PARA NAMBUANGONGO na campanha Agir Para Desenvolver).

Depois de Zemba, fomos para Gombe, a sede da Paróquia, onde ficaram de se concentrar os catequistas e os promotores dos nossos projectos de alfabetização e saúde para podermos fazer avaliação e alguns momentos de formação e, claro, preparar a Festa da Senhora da Assunção e a visita pastoral do Bispo, com a celebração de crismas.

Tivemos oportunidade de estar com as pessoas, rezar, formar, brincar, conhecer sítios novos e crescer muito...

O sentimento do momento é mesmo o de sempre: Tuala Kumoxi, Nambuangongo.
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1 comentário:

Anónimo disse...

Como o amor de Deus vivo é fonte de esperança, mesmo nos lugares onde se chegou ou mais fundo do desespero.
Fico feliz porque foram missionários e testemunhas da esperança. Um abraço em Cristo, Pe João Sobreiro